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domingo, 9 de maio de 2010

Mães de policiais convivem com tensão provocada pelo perigo da profissão

Julival, há 21 anos na PM, diz que é consolador ouvir a mãe rezar para que ele volte para casa

Já estava decidido, não tinha como evitar que os filhos fossem policiais militares. No dia de hoje, em corações divididos entre o orgulho e a preocupação, duas realidades diferentes: Lucília Dias, 45, comemora mais um Dia das Mães ao lado de Julival Cerqueira, 41. Já Amenaide Almeida, 58, considera a data como um dia comum, após amorte de Clodoaldo Almeida da Silva Júnior em confronto com assaltantes.

Por conta dos riscos inerentes à profissão, a preocupação com o filho é companheira constante na vida da dona de casa Lucília. A cada notícia trágica envolvendo policiais, o coração aperta, pois pode ser o seu filho. “Fico com a mente preocupada.Sei que os marginais não gostam de policiais”, confessou.

Na corporação há 21 anos, Julival não abre mão dos telefonemas à mãe ao longo do dia. “É consolador, ao sair para o trabalho, ouvir minha mãe rogar a Deus para que eu volte para casa”, contou. Usar farda só em serviço e evitar ambientes propícios a problemas, como bares, faz parte do que Julival chama de “condicionamento ao comportamento de proteção” e deixam a mãe do policial mais tranquila.

“Qual a mãe que não fica apreensiva quando o filho não está em casa?” Mas não revelar situações inerentes à profissão é a principal demonstração de zelo pela família. Nas duas décadas e um ano que atua como policial, Julival passou por vários setores, inclusive pelotões especiais, que lhe propiciaram experiências nada agradáveis e perda de boaparte dos colegas de turma.

“Dizer tudo que acontece só vai preocupar mais. Não podemos compartilhar tudo que passamos. No trabalho, somos obrigados e ser outra pessoa, até a entonação da voz muda. Nenhum parente me reconheceria. Comeles, o trato é diferente”, afirma.

Formado na época em que é a farda inspirava respeito, Julival afirma que não largaria a PM. “Na época que comecei, os colegas faziam questão de dizer que eram policiais, hoje não. Mas tenho orgulho da minha profissão. Procuro ter uma vida normal e não me privo do que quero fazer, mas estou alerta até dormindo. Confesso que o ofício não é fácil, exige vocação”, pondera.

Fonte: A Tarde

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