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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Caso Clayton: acusados serão apresentados hoje

Horas depois da morte do titular 18ª Delegacia Clayton Leão, policiais da unidade prenderam dois dos quatro bandidos que participaram do crime. As prisões foram realizadas ontemà tarde nos bairros de Gleba E e Parque Verde, em Camaçari. Segundo os investigadores, os bandidos confessaram o crime.
Eles foram encaminhados à base de Comando de Operações Especiais, onde está concentrada a força-tarefa. Com a dupla foi apreendida duas armas. Os criminosos devem ser apresentados hoje na Secretaria de Segurança Pública. Ainda ontem, havia informações de que um terceiro envolvido no assassinato do delegado foi morto em confronto com PMs em Jauá.



Policiais cercaram o local do crime em Camaçari

A morte do delegado Cleiton Leão Chaves mobilizou a polícia baiana. Após a notícia da execução, cerca de 300 policiais - entre civis, militares e até federais - se deslocaram para a cena do crime, na Estrada da Cascalheira, em Camaçari. Até aqueles que aderiram a greve da Polícia Civil, que teve início no dia 19 deste mês, deixaram de lado as reivindicações e foram solidários à morte do colega.

O crime aconteceu em Camaçari, mas delegados e agentes de várias unidades de Salvador e região metropolitana, além de policiais militares, acompanharam a perícia do corpo. "A categoria tinha umcarinho muito grande por ele. Umapessoajustaecompetente. Por isso, todo mundo saiu para dar apoio, mas a greve não foi suspensa. Somente os policiais envolvidos na investigação foram liberados", explicou Carlos Lima, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia ( Sindpoc).

TRISTEZA
"Era uma pessoa bastante queria na corporação. Estou muito sentida. Sempre trocávamos informações, pois a unidade a qual estou titular faz parte de Camaçari. A morte dele foi um dos meus momentos mais tristes na polícia" , lamentou a delegada Jamila Carvalho, da 26ª Delegacia (Abrantes).

O levantamento cadavérico foi presidido pelo delegado Sérgio Sotero, titular da delegacia de Monte Gordo. "Digo que foi uma tarefa difícil ver o colega naquela situação". Num determinado momento, ele interrompeu o trabalho para amparar o tenente-coronel Ivanildo Castro Pereira, do 12º Batalhão da Polícia Militar (Camaçari), amigo de Clayton Leal.



A tristeza do tenente-coronel Ivanildo Castro Pereira e do delegado Sérgio Sotero

Em meio a tristeza, a revolta. Inconformado, o delegado 4ª Delegacia (São Caetano) Omar Andrade Leal, desabafou: "Não tinha 15 dias que encontrei ele, a esposa e os filhos em um shopping. Estou muito abalado. Foi uma covardia o que fizeram com ele".

FORÇA-TAREFA
A titular da Delegacia de Homicídios, Francineide Moura, cuja equipe integra a força-tarefa para elucidação do caso, disse que Cleyton era uma pessoa tranquila. Ela contou ainda que contava com a colaboração dele em algumas investigações. "Sempre prestativo, nunca apresentava dificuldades. Nós estamos abalados sim. Infelizmente perdemos um grande profissional, mas também porque estamos vulneráveis".

Entre a multidão de policiais estava o delegado- chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, que foi taxativo com os jornalistas: "Queiram respeitar o meu silêncio diante desse fato". A movimentação de policiais também foi grande no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues.

Chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública, a delegada Emília Blanco consolava parentes do colegamorto."Excelente profissional. Vinha fazendo um trabalho louvável contra o tráfico de drogas emCamaçari", lamentou.

O diretor do Departamento de Polícia Técnica, Rual Coelho Barreto Filho, informou que um perito foi designado à tarde para confeccionar o retrato- falado dos assassinos. A Associação dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB), divulgou uma nota de pesar ontem à tarde, intitulada "Até quando vamos aceitar esta situação".

DELEGADO ERA ATUANTE

Integrante da Polícia Civil da Bahia desde 20 de março de 2004, Clayton Leão Chaves iniciou a carreira como titular da delegacia do município de Barra do Mendes, a 534 quilômetros de Salvador, passou pelo Comando de Operações Especiais da Polícia Civil (COE) e, em dezembro de 2008, foi designado titular da 18ª DP, situada em Camaçari, onde passou a morar com a família.


Clayton Leão era considerado pelos colegas um orgulho para a polícia

Além de intensificar o combate ao tráfico de drogas na Região Metropolitana de Salvador, Clayton era responsável pela apuração de dois fatos que ganharam as páginas dos jornais. Em janeiro do ano passado, 43 armas, algumas de uso privativo das Forças Armadas, foram roubadas do fórum de Camaçari.

Dois meses depois, a mesma quadrilha arrombou o fórum de Simões Filho e levou armas e documentos. Recém-saído da faculdade de direito, ele foi por cerca de dois anos advogado do Grupo Gay da Bahia (GGB) e do Centro Baiano Anti- Aids (CBAA).

Fonte:correio online

Nos dois, se destacou no trabalho em defesa das minorias. Sua carreira como delegado da Polícia Civil era um sonho dele e da família. Era conhecido pela dedicação que tinha ao trabalho na polícia e por ser combativo na ação contra ao tráfico de drogas

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