Nas semana passada, O DIA acompanhou a preparação dos futuros ‘caveiras’, no campo de treinamento de Ribeirão das Lajes, em Paracambi. Foi a primeira vez que uma equipe de reportagem teve acesso aos bastidores do treinamento do Bope.
Teoria e prática
Dentro de duas semanas, os alunos que venceram o rigoroso processo seletivo — até agora sobraram apenas 17 dos 194 inscritos — deverão seguir para Casemiro de Abreu, na Baixada Litorânea. Lá, passarão pela segunda fase das instruções, com rapel, montanhismo e atividades físicas.Em seguida, de volta à sede, em Laranjeiras, as lições práticas vão dividir tempo com aulas de História e Geopolítica. A ideia é entender as aspirações políticas dos grupos terroristas, suas maneiras de agir e como identificar seus integrantes e instrumentos de ataque.
“As competições esportivas são grandes desafios. Só na Olimpíada, a cidade vai receber 200 delegações de todo o mundo, com todas as suas diferenças. O Brasil não tem histórico de terrorismo e temos que aprender para poder combater”, explica o comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique Azevedo de Moraes.
Até o início dos Jogos Olímpicos, o contingente do Bope deve ser o maior dos 32 anos de existência do batalhão. A previsão é de que o efetivo para fazer a segurança do evento passe de 400 para 800 homens. A turma do atual COEsp também será a última a treinar na sede da unidade, em Laranjeiras. Até o fim do ano, os caveiras vão se mudar para o Centro de Operações Especiais, nome provisório para a área de 22 mil metros quadrados, em Ramos, onde funcionava o 24º Batalhão de Infantaria Blindada (BIB), do Exército.
A futura casa da tropa de elite será também o maior complexo de instrução e treinamento policial do Brasil, abrigando, mais três unidades operacionais além do Bope.
Procura de todo o Brasil e do exterior
A cada edição, o COEsp recebe inscrições de policiais de vários estados e países. No treinamento atual, representantes do Amazonas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Distrito Federal e Mato Grosso penaram ao lado de colegas de farda do Rio. O Bope também já instruiu policiais dos Estados Unidos, França e Colômbia, entre outros.
O custo para se manter no COEsp é alto. Em média, o aluno investe cerca de R$ 3 mil até o fim do programa, com a compra e reforma de equipamentos, uniformes e alimentação extra. O Bope oferece todas as refeições, mas muitos alunos levam isotônicos e barras de cereais em busca de mais energia.
A excelência das aulas atrai ainda integrantes de órgãos como Polícia Rodoviária Federal, Aeronáutica, Exército e Desipe. “Se imaginarmos que é um carimbo de qualidade que se carrega por toda a vida, o sacrifício é válido. É um orgulho ser reconhecido e respeitado”, afirma Paulo Henrique.
Fonte:O Dia
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