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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Polícia do Rio se prepara para nova geração de Caveirões

O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) vai substituir o “Caveirão” por novos “Caveirinhas”, menores e mais ágeis, para operar em ambientes de favelas do Rio. Na opinião do comandante do batalhão, tenente-coronel Paulo Henrique, e dos policiais da unidade de elite da PM do Rio, o atual blindado principal blindado não é adequado para a realidade do Rio.

Montado sobre a esteira de um ônibus e com capacidade para transportar 15 policiais, o Caveirão mais novo da unidade é considerado lento, grande e pesado demais, difícil de manobrar nas vielas de favelas. “Esse blindado é o maior elefante branco que deram para a gente”, afirmou ao iG um policial da tropa.

“O ideal é termos um blindado com menor dimensão, compacto, mais robusto e veloz”, disse o comandante do Bope.

A unidade tem diferentes “Caveirões”, mas o melhor de todos ainda é o 01, ou seja, o original e mais antigo, de 2001, segundo os próprios usuários. Todos têm proteção para disparos de fuzis 7,62mm.

É por esse motivo que chegou esta semana ao Rio, para testes, o blindado russo Tigre, da Rosboron Export. É um dos concorrentes a substituir os atuais carros de que dispõe o Bope para incursões em áreas de risco. A tropa de elite da PM estuda a aquisição de um moderno modelo de blindado,

Foto: Rony Maltz, iG Rio de JaneiroO Caveirão do Bope será substituído por um outro blindado, menor e mais ágil, em 2011

menor, mais ágil e operacional, para oito homens e o motorista.

Além do modelo russo, a Polícia Militar e o Bope estão testando outros veículos blindados, como o sul-africano Gila, os britânicos da BAE, RG 31M e RG32M e o israelense Sand Cat . Há ainda um modelo em desenvolvimento no Centro Tecnológico do Exército, em cooperação com a Autolife, em São Paulo. “Queremos o melhor produto, não me interessa a origem”, disse Paulo Henrique, ao iG.

Em todos os casos, é necessário fazer adaptações, devido às diferentes realidades. O custo por unidade oscila entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão, em média – mas o preço tende a cair dependendo da quantidade encomendada.

“Andei no veículo russo. Mas lá eles trabalham em temperatura máxima de 22º. Aqui atuamos a 40º. O carro resiste? Em Gaza, o Exército de Israel usa um carro sem blindagem no motor, e o terreno é plano. Funciona aqui, nos morros? Os ambientes operacionais são bem diferentes, e as configurações se alteram. Pedi para trazerem os carros para testarmos no Rio e sugerirmos adaptações. O russo, o Tigre, deveria vir em abril [e chegou agora]. O motor também não é blindado. O sul-africano tem proteção antiminas, problema deles lá, mas desnecessário aqui”, explica Paulo Henrique.

Foto: Rony Maltz, iG Rio de Janeiro
O Caveirão, com os "óculos escuros" baixados, que protegem o parabrisa mas dificultam a visão do motorista. O veículo tem blindagem até do motor, na frente

Até a posição das portas e a quantidade e tamanho dos vidros são fundamentais. “Tudo isso importa. Os vidros não podem ser grandes, senão o custo de reposição de material é muito alto e cai o nível de proteção do PM”, explicou o comandante do Bope.

Além do veículo em si, uma preocupação da PM é ter kits de reposição de material e manutenção, para fazer reparos e consertos durante operações, se necessário. “Já trocamos radiador e correia no meio de um tiroteio”, conta o subcomandante do Bope, tenente-coronel Renê Alonso.

Durante operações, uma equipe de manutenção da unidade acompanha os policiais combatentes. A empresa que vender os veículos também vai treinar mecânicos.

O mundo ideal do comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique, seria ter oito blindados de diferentes modelos, adaptados a distintas situações.

“O blindado é muito grande. É ruim para manobrar em uma favela, com os aclives e suas vias estreitas. Precisamos de carros mais compactos e ágeis, dependendo da missão. O ideal é termos carros de todos os tipo, dois de cada, acordo com a missão. (dois grandes e quatro pequenos).”

Apesar de o Bope ter pressa, a escolha do carro blindado não vai acontecer até o fim deste ano, por conta dos testes, do tempo de escolha e da necessidade de licita

Fonte:ultimosegundo.ig

Um comentário:

  1. Daniel Ramos de Oliveira7 de setembro de 2010 às 14:57

    Complicado esta situação dos Caveirão.Como o comandate do BOPE,disse,existe coisas que são utilizados em outros países,que não tem necessidade para a nossa realidade.Acredito que o melhor seria,desenvolver um Caveirão,junto ao Centro de Tecnologia do Exército,totalmente adptado a realidade vivida pelo os Bopeanos,e tambem buscando a facilidade operacional,como a facilidade de manuntenção,quando preciso,até mesmo durante um tiroteio,acredito que este ponto seria com toda a certeza o mais importante.
    O BOPE/RJ mais uma vez está servindo de exemplo,e o melhor de tudo é que os Políticos estão os apoiando,assim como o Comando Geral da Policia Militar do Rio de Janeiro,isso é muito importante,claro existe muito interesse por trás,até mesmo aos jogos Olimpicos.

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