O número cada vez maior de automóveis nas grandes cidades tem levado condutores a optar por motocicletas para driblar o trânsito caótico. É o que tem acontecido, inclusive, em Salvador. A frota de motocicletas na capital baiana cresceu 24,25% nos últimos dois anos, passando de 63.721 em 2008 para 79,175 em junho deste ano. Proporcionalmente ao aumento do número de motos na cidade, cresce também a quantidade de crimes cometidos com o uso do veículo.
Já admitindo o aumento de crimes praticados por pessoas que se utilizam de motocicletas, as polícias agora adotam novas estratégias para inibir a ação dos bandidos. O capitão Marcelo Pita, assessor do Departamento de Comunicação Social da Polícia Militar, acredita que a intensificação das blitzes é um mecanismo eficaz neste combate. Não é à toa que o Plano de Proteção ao Cidadão, que será lançado nesta quinta, às 10h30, na Secretaria da Segurança Pública, prevê entre suas ações a ampliação em 20% na abordagem a veículos, motocicletas, coletivos, pontos de ônibus, bares e boates.
Entre os crimes mais praticados com a utilização das motocicletas está a saidinha bancária. De dentro do banco, o ladrão indica por celular quem sacou altas quantias e os comparsas, já se utilizando de motos, seguem a vítima para cometer o assalto. No entanto, assaltos a pedestres, furtos, roubos de veículos, crimes de extermínio e tráfico de drogas também estão no elenco de ações que contam com a motocicleta para a facilitação da fuga, conforme aponta o capitão Marcelo Pita. A possibilidade do motociclista usar capacete, o que dificulta sua identificação, também é item facilitador na utilização desse veículo em atividades criminosas.
O Centro de Documentação e Estatística Policial (Cedep) não faz um recorte específico dos crimes cometidos com o uso de motos – ao contrário das secretarias de Segurança Pública de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, por exemplo. Com isso, não se sabe exatamente a quantidade de ações criminosas executadas com esse veículo. Mas é certo que são muitas.
Como revela o capitão Marcelo Pita, foram apreendidas 33 armas durante blitzes que tiveram como alvo motociclistas, somente no período do São João, em Salvador. No período de três anos, somam-se cerca de 1,2 mil armas apreendidas.
Estereótipo - O presidente do Sindicato dos Motoboys, Henrique Balthazar, reclama que muitos policiais que trabalham nas abordagens criaram um estereótipo de que motociclistas - com motos simples de valores mais baixos - fazem parte da turma da ‘bandidagem’. “Eles (os policiais) acham que todos os motociclistas fazem parte da mesma turma. Quando um rouba, eles querem se vingar em todo mundo”, critica.
Fonte: A Tarde
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