A formatura seria no próximo dia 13 de agosto, foi desmarcada e não tem data para acontecer. Enquanto isso, alunos-soldados da Polícia Militar (PM), que já cumpriram a carga horária de 60 horas de estágio nas ruas, continuam escalados para plantões - de domingo a domingo. Em duplas e armados, eles fazem patrulhas sem supervisão de policiais experientes.
Frustrados, muitos reclamam da qualidade da capacitação que recebem, da vulnerabilidade ao serem colocados nas ruas armados sem se sentirem habilitados para tanto e, ainda, da exploração financeira. Esta última por serem remunerados como alunos, recebendo um salário mínimo - valor bruto (ver fac-símile abaixo). Formados, passam a ganhar como soldados, cerca de R$ 1,5 mil.
Segundo alunos-policiais de Salvador que conversaram com A TARDE, as duplas são deixadas nos pontos de trabalho às 7h, apenas com as armas e um rádio para pedir apoio, se necessário. Elas ficam em vários pontos da cidade, como orla, Abaeté, estações de transbordo, Cajazeiras, Nordeste de Amaralina e Cosme de Farias.
Polícia Militar rebate denúncias - O tenente-coronel Sérgio Baqueiro, diretor adjunto de comunicação social da PM, diz que a formatura dos soldados está marcada inicialmente para o dia 22 de outubro e que o adiamento deveu-se a questões administrativas de ajuste curricular. O tenente-coronel nega que haja aulas vagas no curso de formação e destaca a preocupação com a formação do novo quadro.
Esta anunciada preocupação também seria a justificativa para os alunos estarem nas ruas por mais tempo. “Estamos intercalando uma semana de aula teórica com uma de estágio. Desenvolvemos esta metodologia visando a melhoria da qualidade do ensino, pois assim eles (os alunos) podem ver na prática e trazer a experiência para a sala de aula”, destaca o tenente-coronel Baqueiro.
Baqueiro também refuta as informações que os alunos estão nas ruas sem supervisão e que não têm preparo para manusear armas. Sobre a supervisão, o comando da Polícia Militar informa que viaturas circulam nos pontos onde estão trabalhando os alunos-policiais, sempre observando a atuação desse efetivo ainda em formação.
MP começa a investigar a situação - As irregularidades no curso de formação de soldado da Polícia Militar motivaram a Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA) a protocolar duas representações junto ao Ministério Público do Estado MP-BA), a última delas dia 15 de julho.
O caso está nas mãos da promotora Patrícia Medrado, que o recebeu no dia 9 de julho. Segundo a assessoria de imprensa do MP, a promotora, que atua no Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), enviou um ofício ao comando geral da Polícia Militar solicitando informações. O prazo para a PM se manifestar é de 10 dias úteis a contar da data do recebimento do ofício. A assessoria não soube precisar o tempo final do prazo.
“O que está acontecendo é uma aberração. O governo está explorando mão-de-obra barata. Os alunos estão nas ruas sete dias por semana, têm curso no turno oposto e alguns ainda tiram serviço no quartel”, acusa Marco Prisco, da Aspra-BA.
Fonte: A Tarde
Segundo alunos-policiais de Salvador que conversaram com A TARDE, as duplas são deixadas nos pontos de trabalho às 7h, apenas com as armas e um rádio para pedir apoio, se necessário. Elas ficam em vários pontos da cidade, como orla, Abaeté, estações de transbordo, Cajazeiras, Nordeste de Amaralina e Cosme de Farias.
Polícia Militar rebate denúncias - O tenente-coronel Sérgio Baqueiro, diretor adjunto de comunicação social da PM, diz que a formatura dos soldados está marcada inicialmente para o dia 22 de outubro e que o adiamento deveu-se a questões administrativas de ajuste curricular. O tenente-coronel nega que haja aulas vagas no curso de formação e destaca a preocupação com a formação do novo quadro.
Esta anunciada preocupação também seria a justificativa para os alunos estarem nas ruas por mais tempo. “Estamos intercalando uma semana de aula teórica com uma de estágio. Desenvolvemos esta metodologia visando a melhoria da qualidade do ensino, pois assim eles (os alunos) podem ver na prática e trazer a experiência para a sala de aula”, destaca o tenente-coronel Baqueiro.
Baqueiro também refuta as informações que os alunos estão nas ruas sem supervisão e que não têm preparo para manusear armas. Sobre a supervisão, o comando da Polícia Militar informa que viaturas circulam nos pontos onde estão trabalhando os alunos-policiais, sempre observando a atuação desse efetivo ainda em formação.
MP começa a investigar a situação - As irregularidades no curso de formação de soldado da Polícia Militar motivaram a Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA) a protocolar duas representações junto ao Ministério Público do Estado MP-BA), a última delas dia 15 de julho.
O caso está nas mãos da promotora Patrícia Medrado, que o recebeu no dia 9 de julho. Segundo a assessoria de imprensa do MP, a promotora, que atua no Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), enviou um ofício ao comando geral da Polícia Militar solicitando informações. O prazo para a PM se manifestar é de 10 dias úteis a contar da data do recebimento do ofício. A assessoria não soube precisar o tempo final do prazo.
“O que está acontecendo é uma aberração. O governo está explorando mão-de-obra barata. Os alunos estão nas ruas sete dias por semana, têm curso no turno oposto e alguns ainda tiram serviço no quartel”, acusa Marco Prisco, da Aspra-BA.
Fonte: A Tarde
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